O setor de bens semiduráveis também espera incremento nas vendas em um
patamar levemente mais baixo do que no comércio de bens duráveis
O ritmo de vendas de móveis, eletrodomésticos e material de construção
nos primeiros meses deste ano é mais forte do que no ano passado e deve
assegurar crescimento médio acima de 11% no varejo de bens duráveis tanto este
mês quanto no próximo. Os números e as projeções são do Instituto para
Desenvolvimento do Varejo (IDV), que congrega as maiores redes de comércio do
país.
O setor de bens semiduráveis (vestuário, calçados, livros e artigos
esportivos, entre outros) também espera incremento nas vendas em um patamar
levemente mais baixo do que no comércio de bens duráveis, entre 8% e 11%. O
crescimento mais tímido, segundo o IDV, em torno de 1% ao mês, é aguardado para
o setor de bens não duráveis (supermercados, farmácias, perfumarias,
restaurantes e outros).
A expansão ocorre, principalmente, por causa do aumento da oferta de
crédito, da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para
móveis, material de construção e produtos da linha branca (geladeiras, fogões e
máquinas de lavar) e da redução gradativa das taxas dos juros bancários a
partir de abril, analisa o presidente do IDV, Fernando de Castro.
O IDC não tem ainda como medir os efeitos da redução dos juros na
disposição dos brasileiros para ir às compras, uma vez que as mudanças são
recentes. Mas a Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP) fez uma pesquisa sobre
os juros praticados pelas sete maiores instituições bancárias, no início deste
mês, e detectou quedas expressivas em relação à pesquisa anterior, feita no
início de abril.
De acordo com o Procon-SP, a taxa média mensal do empréstimo pessoal
caiu de 5,78% para 5,43% – o menor nível desde março do ano passado –, e a taxa
média mensal do cheque especial recuou de
9,52% para 8,46% – a menor desde março de 2008. Apesar da queda, os
juros bancários continuam muito altos, de acordo com análise técnica da
pesquisa, que adverte para a falta de clareza nos anúncios de redução de juros,
que só falam das taxas mínimas, sem especificar o intervalo até a taxa máxima.
A pesquisa revela, como exemplos, que o Banco do Brasil cobrava, no
último dia 2, taxas entre 2,94% e 13,56% ao mês no rotativo do cartão de
crédito. A Caixa, por sua vez, oferecia taxas entre 2,85% e 9,47% ao mês. O
Bradesco tinha taxa mensal mínima de 2,1%, mas esticava a máxima para 14,99% e,
mesmo assim, ainda cobrava menos que o Santander, cujos juros chegavam a 16,79%
no cartão de crédito. Situações díspares que exigem mais atenção de quem
precisa de empréstimo e maior rigor dos órgãos de fiscalização, de acordo com o
Procon-SP. As informações são da Agência Brasil.
Fonte: Correio 24horas
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