Jenifer Rosa
A sete meses do prazo final para implementação pelas cidades
brasileiras dos planos de Gestão de Resíduos de Construção Civil, o Sindicato
da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) divulga
uma pesquisa que aponta que 61% dos municípios do Estado ainda não possuem
legislação específica. O levantamento foi realizado em 348 dos 645 municípios
do Estado.
O trabalho foi divulgado durante o evento Resíduos da Construção Civil
- Soluções e Oportunidades, organizado Sinduscon-SP e pela Secretaria de Meio
Ambiente do Estado de São Paulo, na Assembleia Legislativa.
Durante o evento, o gerente de projetos do Ministério do Meio
Ambiente, Ronaldo Hipólito, disse que o País perde R$ 8 bilhões por ano com a
não reutilização de resíduos sólidos.
Segundo Hipólito, no caso da construção civil, é preciso deixar de
pensar nos resíduos sólidos como entulho e passar a vê-los como material
disponível para uma próxima obra. "Para a política de resíduos sólidos
funcionar é preciso mudar os hábitos das pessoas. Os resíduos sólidos devem ser
vistos como uma oportunidade economizar e ser sustentável, principalmente no
setor de construção civil", afirma.
A nova legislação de resíduos sólidos estipula metas para os
diferentes setores darem destinação adequada a seu lixo incluindo, no caso do
setor da construção civil, metas para que os municípios implantem áreas de
transbordo e triagem, recicladoras e aterros para receber os resíduos inertes
da construção.
Para o assessor técnico do gabinete da Secretaria de Meio Ambiente do
Estado de São Paulo, Flávio Ribeiro, uma política correta na gestão de resíduos
sólidos, além de beneficiar o meio ambiente é importante para inclusão social e
para economia verde. "Colocar a política de resíduos em prática é
estimular o trabalho dos catadores e a reciclagem como fonte de renda",
diz Ribeiro.
Para os especialistas presentes no evento, é preciso dar mais atenção
à não geração de resíduos sólidos. Em São Paulo, 70% da geração de resíduos da
construção civil (RCC) provém de reformas, pequenas obras ou de demolições, os
30% restantes são de construções formais. Em média são geradas de 0,4 a 0,7
tonelada por ano de RCC, o que representa 2/3 da massa de resíduos sólidos da
cidade.
Fonte: Diário de São Paulo
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