terça-feira, 29 de maio de 2012

COM ECONOMIA A TODO VAPOR, BRASIL SOFRE COM A FALTA DE ENGENHEIROS

A CNI indica que, com o crescimento do país na média de 5%, teríamos de formar pelo menos 60 mil engenheiros por ano.


Todo jovem com uma perspectiva de vida e olhar no futuro se pergunta qual profissão seguir, em qual área se daria bem financeira e vocacionalmente.


No Brasil, ao contrário do que se pensa, sobram empregos a rodo em alguns segmentos do mercado de trabalho. A engenharia é uma dessas áreas, pois, com o aumento da população nas últimas décadas, o crescimento da economia e da tecnologia tem exigido muita gente boa no mercado. Mas cadê?


A Confederação Nacional do Comércio (CNI) indica que, com o crescimento do país na média de 5%, teríamos de formar pelo menos 60 mil engenheiros por ano. Mas a realidade é que temos formado quase metade disso, pois um estudo levantado pela CNI revelou que apenas 32 mil são diplomados por ano aqui no Brasil.


Para quem saiu na frente e tem um bom serviço a oferecer, trabalho é o que não falta.


Com apenas 23 anos e dois de formado, o engenheiro de computação, Leonardo Arnt, que mora no Rio de Janeiro, fez sociedade com outros quatro amigos quando terminava a faculdade e lançou a Inoa Sistemas, que oferece serviços de computação para operações na BOVESPA. Os softwares lançados pela empresa de Arnt oferecem informações em tempo real para o usuário, além de atender serviços por demanda do cliente. Hoje, dois anos após iniciar as atividades, a Inoa já conta com 16 profissionais.


Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2008, na Coreia, formaram-se em engenharia 23,2% dos 397 mil jovens que concluíram curso superior, ou 92.392 profissionais. No Japão, são 19%, ou 129.570 engenheiros. No mesmo ano, no Brasil, 4,05% dos 800.318 formados em cursos superiores fizeram engenharia. Em 2009 eram 4,58%.


Hoje a engenharia é o curso com a mais alta evasão e foi a única que não atingiu a meta de números de doutores estabelecida pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).


Para o engenheiro Sandoval Carneiro, precisa-se dar total atenção aos números da evasão escolar relacionados à educação de engenheiros no Brasil.


“Na universidade pública, 35% dos alunos se evadem dos cursos de engenharia. Já na universidade privada, o índice de evasão salta para alarmantes 75%. Dentre os alunos que evadem das escolas de engenharia, 80% das desistências acontecem nos dois primeiros anos”.

10 Cursos com mais vagas ofertadas (INEP, 2009)

– Engenharia civil

– Engenharia de produção
– Engenharia elétrica
– Engenharia mecânica
– Engenharia de controle e automação
– Engenharia ambiental
– Engenharia de produção mecânica
– Engenharia de computação
– Extração de petróleo e gás
– Engenharia eletrônica
Curso mais concorridos (INEP, 2009): Relação candidato/vaga
– Engenharia naval: 26,51
– Engenharia geológica: 12,10
– Eletricidade: 11,34
– Processos industriais: 9,90
– Tecnologia em estradas: 9,04
– Engenharia de minas: 8,83
– Eletrônica: 8,57
– Engenharia aeroespacial: 7,64
– Fabricação e processamento: 7,37
– Engenharia industrial elétrica: 7,15
Cursos de Engenharias (dados INEP 2009)

Vagas oferecidas: 292.277

Candidatos: 691.992
Relação candidato/vaga (média): 2,37
Total de ingressos 154.520
Taxa de ocupação das vagas: 53%
Concluintes: 48.347
Taxa de conclusão em relação ao total de ingressos: 31%

Jornal: Santuário

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