Cerca de 60 empresas participaram nesta terça-feira em Bogotá da
Missão Empresarial Brasil, destinada à exportação de produtos, serviços e
investimentos para a Colômbia, com atenção especial nos setores de construção
civil e defesa. No marco deste encontro empresarial organizado pela Agência
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), uma
delegação de empresas do Brasil manteve reuniões com representantes dos
ministérios de Moradia e Defesa da Colômbia com o objetivo de participar de
seus novos negócios.
Paralelamente, 42 pequenas e médias empresas brasileiras de sete
setores, entre eles o agroalimentar, construção, energético e tecnológico,
participaram de uma rodada de negócios com empresários colombianos destinada à
exportação. A edição de 2011 deste encontro gerou um volume de negócios de US$
20,5 milhões. Em entrevista à Agência Efe, o coordenador de Imagem e Acesso a
Mercados da ApexBrasil, Ricardo Santana, explicou que as empresas brasileiras
estão atentas ao incipiente setor de construção e de infraestruturas na
Colômbia. "Há um grande plano de governo (em matéria de habitação), assim
como um setor de infraestrutura como estradas, portos e aeroportos, e essas
empresas estão muito interessadas", destacou Santana. Ele ressaltou que as
empresas brasileiras têm conhecimento do plano do governo da Colômbia de
construir 100 mil casas populares gratuitas e que "vão perguntar ao Ministério
como se vai conduzir". Quanto à reunião no Ministério da Defesa, Santana
disse que as sete empresas que participaram da rodada "não têm
expectativas de negócio" por enquanto e que "estão para conhecer as
reivindicações" do setor.
O Brasil é o quarto maior importador de produtos da Colômbia, com 5%
de volume de mercado - em 2011, vendeu US$ 2,58 bilhões em produtos ao país
andino -, atrás de Estados Unidos (25%), China (17%) e México (11%). Patricia
Acosta, representante da entidade Pafyc, organizadora do evento pelo lado
colombiano, explicou à Efe que a Colômbia oferece "regras de jogo muito
claras e estabilidade em todo o tema tributário" para os investimentos
estrangeiros. "Fazemos a diferença", afirmou Acosta. "(A
Colômbia) é um país seguro para fazer negócios, onde o empresário é muito
sério, e com um clima de negócios muito interessante".
Santana, por sua vez, considerou a Colômbia um país "viável"
para as exportações brasileiras na América Latina e disse que o país representa
o segundo maior receptor regional de produtos brasileiros - o primeiro é a
Argentina -, onde por proximidade recaem cerca de 50% de suas exportações.
"A Colômbia é um país seguro para os investimentos. (No Brasil,) temos
claro que é um país diferente dos demais, tranquilo, muito tranquilo",
afirmou Santana, destacando as virtudes colombianas. Em referência ao conflito
armado que castiga a Colômbia há quase meio século, Acosta ressaltou que essa
instabilidade "pesa muito menos" que em anos anteriores e que nenhum
dos empresários brasileiros mostrou preocupação com este assunto. "Dez
anos atrás, ninguém nos via como uma oportunidade. Agora somos o grande milagre
da América Latina". A comitiva brasileira viajará nesta quarta-feira ao
Peru, "país com condições muito similares às da Colômbia", segundo
Santana, onde realizará um encontro similar ao realizado nesta terça em Bogotá.
Fonte: EFE
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