sexta-feira, 18 de maio de 2012

CNI agora prevê alta de 3% do PIB industrial

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, reavaliou a estimativa de crescimento do setor neste ano para cerca de 3%. A estimativa divulgada no informe conjuntural da entidade, no começo de abril, era de que o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria cresceria 2% em 2012.

Três fatores motivaram a alteração: a recente valorização do dólar em relação ao real, a queda na taxa básica de juros, a Selic, e das taxas cobradas pelos bancos, e as medidas de estímulo ao setor adotadas pelo governo. Mesmo com as incertezas da economia mundial e os efeitos disso no Brasil, a CNI considera que houve uma melhora na conjuntura nacional e há indícios de que a atividade e as vendas do setor vão subir, depois de resultados ruins no começo do ano.

Nesta semana, o dólar se manteve em torno de R$ 2,00 - um alento para o setor que exaltava os efeitos negativos da "valorização excessiva" da moeda nacional para as empresas por causa da forte entrada de produtos importados. A reviravolta no câmbio, para Andrade, "já é suficiente para haver uma recuperação importante e, se subir mais um pouco, melhora mais".

A CNI afirmou, porém, que a recente valorização do dólar em relação ao real ainda não levou ao "câmbio ideal" para a indústria. O patamar almejado pelo setor se situa entre R$ 2,40 e R$ 2,60, variando para cada atividade industrial.

Andrade descartou também uma disparada da inflação por causa da desvalorização do real em relação ao dólar. Isso seria possível devido à "capacidade ociosa" da indústria. O dólar alcançar o patamar de R$ 2,00 "dá mais competitividade para a indústria brasileira que estava sendo sufocada por produtos importados de todas as espécies. E certamente esse movimento não será inflacionário", disse.

Andrade argumentou que, normalmente, o setor opera em média com cerca de 80% da capacidade instalada. "Hoje estamos trabalhando em torno de 70% a 72%" da capacidade, o que permite um espaço "muito grande" de aumento da produção.

Além disso, para a CNI, a preocupação "explicitada" pelo governo com a situação da indústria e a busca pelo fortalecimento do setor levou ao aumentou de expectativa da entidade. As medidas do Plano Brasil Maior começaram a vigorar e ainda serão ampliadas neste ano, o que vai fazer que a indústria possa ter uma expansão maior, avaliou. "Nós achávamos que a indústria ia ter um resultado muito sofrido. Hoje a gente está vendo que a indústria pode ter um crescimento de 2,5%, algo próximo a 3%" no ano, disse Andrade.

Outra mudança no ambiente econômico, que foi destacada ontem pelo gerente-executivo de política econômica da Confederação Nacional da Indústria, Flávio Castelo Branco, é o ciclo de queda da taxa Selic, que se reflete na redução das taxas cobradas pelas instituições financeiras. "Ele [o ciclo] dá sinais de que vai se intensificar", avaliou. Segundo Castelo Branco, isso vai possibilitar uma redução da inadimplência que aumentou ao longo deste ano.


Fonte: Valor

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