Indústria continua a perder espaço na pauta das exportações
brasileiras, diz Iedi
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi)
advertiu estar em curso um aumento "regular e vigoroso" da
participação dos importados nos produtos industriais no país. Pesquisa do Iedi
feita a partir de dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que
a relação entre a quantidade das exportações do país e a produção da indústria
de transformação, que chegara a 21,6% após as desvalorizações de 1999 e 2002,
retornou, em 2011, a um nível próximo do final da década de 90, cerca de 15%.
"A perda de expressão do mercado de exportação para as empresas
industriais instaladas no Brasil tem sido intensa e poderá deixar sequelas para
a dinâmica da economia doméstica. O forte aumento da dependência de insumos
importados para a produção de bens industriais brasileiros pode desestruturar
cadeias produtivas inteiras instaladas no país", acrescenta o Iedi,
destacando que segmentos antes exportadores de grande ou média expressão já
deixam de apresentar essa condição.
É o caso dos produtos de couro e calçados (25,5% em 2011 e 41% em
2005), produtos de madeira (17,8% e 49,7%, respectivamente, em 2011 e 2005),
equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (9% e 21,5%),
máquinas, aparelhos e materiais elétricos (10,2% e 17,2%), máquinas e
equipamentos (19,9% e 30,8%) e veículos (12,7% e 25%).
Para o presidente do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea),
Marcio Pochmann, o quadro mostra que o avanço na quantidade das exportações não
significa, necessariamente, que o país esteja melhorando sua posição na divisão
internacional do trabalho: "Assim como ocorreu no século XIX, o Brasil
aumentou sua participação relativa na produção global à taxa média anual de
0,6%, de 0,4% para 0,7% entre 1820 e 1913, enquanto a atrasada sociedade
agrária exportava bens primários", comparou.
Fonte: Monitor Mercantil
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