quinta-feira, 17 de maio de 2012

Desindustrialização do país já volta ao nível da era Collor

Indústria continua a perder espaço na pauta das exportações brasileiras, diz Iedi 
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi) advertiu estar em curso um aumento "regular e vigoroso" da participação dos importados nos produtos industriais no país. Pesquisa do Iedi feita a partir de dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que a relação entre a quantidade das exportações do país e a produção da indústria de transformação, que chegara a 21,6% após as desvalorizações de 1999 e 2002, retornou, em 2011, a um nível próximo do final da década de 90, cerca de 15%.

"A perda de expressão do mercado de exportação para as empresas industriais instaladas no Brasil tem sido intensa e poderá deixar sequelas para a dinâmica da economia doméstica. O forte aumento da dependência de insumos importados para a produção de bens industriais brasileiros pode desestruturar cadeias produtivas inteiras instaladas no país", acrescenta o Iedi, destacando que segmentos antes exportadores de grande ou média expressão já deixam de apresentar essa condição.

É o caso dos produtos de couro e calçados (25,5% em 2011 e 41% em 2005), produtos de madeira (17,8% e 49,7%, respectivamente, em 2011 e 2005), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (9% e 21,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (10,2% e 17,2%), máquinas e equipamentos (19,9% e 30,8%) e veículos (12,7% e 25%).

Para o presidente do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, o quadro mostra que o avanço na quantidade das exportações não significa, necessariamente, que o país esteja melhorando sua posição na divisão internacional do trabalho: "Assim como ocorreu no século XIX, o Brasil aumentou sua participação relativa na produção global à taxa média anual de 0,6%, de 0,4% para 0,7% entre 1820 e 1913, enquanto a atrasada sociedade agrária exportava bens primários", comparou.


Fonte: Monitor Mercantil

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