Depois
de uma desaceleração iniciada em 2011, o Brasil se vê diante de um
momento de inflexão e deve retomar em 2013 uma trajetória de crescimento
mais rápido, ainda que não extremamente forte, entre 3,5% e 4,5% - ante
2% estimados para 2012.
Continuam
a pesar incertezas no cenário internacional e a necessidade de avanços
nacionais em áreas como infraestrutura, qualificação de mão de obra e
segurança jurídica. Por outro lado, recentes mudanças na condução da
política econômica, focando questões urgentes para o País – como
desoneração da folha de pagamentos e da energia, e incentivos para que o
setor privado se envolva mais nos grandes projetos de infraestrutura,
em substituição a medidas concentradas no estímulo ao consumo –
representam um componente importante para agregar velocidade e
consistência à expansão.
“Teremos
um ano de recuperação cíclica pela frente. Nossa projeção de
crescimento para o PIB [Produto Interno Bruto] é de 3,8% em 2013. Não
será um crescimento que dará a sensação de um ano fortíssimo, mas
certamente estamos no caminho correto”, avaliou André Loes,
economista-chefe do banco HSBC, no seminário Business Round Up –
Perspectivas para 2013, organizado pela Amcham-São Paulo nesta
terça-feira (09/10).
“Após
alguns trimestres atuando no estímulo à demanda, tivemos a grata
surpresa de ver o governo mudando o foco da sua atuação em política
econômica. A ênfase na oferta e nos gargalos [estruturais da economia]
são as questões mais urgentes que o Brasil tem de enfrentar. O ponto
central agora é torcer para que as medidas propostas sejam rapidamente
implementadas e de maneira adequada, de forma a que os investimentos
voltem”, acrescentou Loes. Ele atuou como mediador do debate da Amcham,
que reuniu representantes de alguns dos principais segmentos da economia
com o objetivo de debater o cenário econômico para o próximo ano.
Durante
o evento, a Amcham apresentou uma pesquisa aplicada pelo Ibope sobre o
que os empresários esperam para 2013. Um dos pontos abordados foi
exatamente o impacto sobre os negócios de medidas governamentais
recentemente adotadas pelo governo . Os itens mais bem avaliados foram a
desoneração setorial da folha de pagamento e a redução do custo da
energia.
“Os
efeitos medidos pela sondagem da Amcham, como a desoneração da energia e
da folha e o pacote de estímulos ao setor privado para interagir na
infraestrutura revelam que o governo agora passou a focar em questões
mais urgentes”, comentou Loes.
Para
ele, a ênfase no consumo, base do modelo de crescimento adotado nos
últimos anos, perdeu eficácia. “Durante algum tempo, o governo tratou a
desaceleração [econômica] como problema de demanda. As medidas [de
incentivo] desoneravam os bens consumidos pela população. Houve
resultado, mas aquém do esperado”, argumentou.
Os debatedores
Na Business Round Up da Amcham, estiveram presentes entidades de setores ligados a serviços, bens de capital, energia e consumo.
A
Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Associação Brasileira das
Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) foram as
representantes de serviços.
Em
bens de capital, a Amcham recebeu a Associação Brasileira da Indústria
de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e, em energia, a entidade convidada
foi o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP).
Segmentos
cuja dinâmica está vinculada ao aumento da renda, como varejo e
transporte aéreo, foram representados pelo Instituto para
Desenvolvimento do Varejo (IDV) e a Associação Brasileira das Empresas
Aéreas (Abear). Também marcou presença o Sindicato da Indústria da
Construção Civil (Sinduscon).
Fonte: Amcham
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