quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

CLIMA É DE OTIMISMO, MAS RECUPERAÇÃO GLOBAL AINDA É FRACA, DIZ FMI

Os Estados Unidos estão em uma situação melhor que o observado em igual período do ano passado.


 

Depois de ter reduzido as projeções para crescimento global, o Fundo Monetário Internacional (FMI) acredita que o clima é de “otimismo”, afirmou o economista-chefe do Fundo, Olivier Blanchard, conselheiro econômico e diretor do departamento de pesquisas da instituição, em coletiva de imprensa em Washington. Blanchard, no entanto, reforça que deve haver um “otimismo cauteloso” e lembra que a recuperação da economia mundial segue fraca e que o processo é prejudicado pela consolidação fiscal e pelo ainda fraco sistema financeiro.


O diretor ressalta que os Estados Unidos estão em uma situação melhor que o observado em igual período do ano passado, embora tenha admitido que nem todos os problemas fiscais do país estejam resolvidos. Sobre a Europa, o FMI diz que a região está comprometida com o euro. Apesar do crescimento anêmico do bloco, a instituição vê melhora nas condições financeiras, principalmente na Alemanha e França.

Blanchard afirmou que os mercados financeiros globais podem não estar precificando de forma suficiente o risco sobre as perspectivas para a economia mundial.

“Eu penso que é um argumento razoável achar que talvez os mercados financeiros estejam um pouco otimistas demais, mas eles estão vendo coisas boas no futuro”, disse Blanchard. “Está claro que os mercados financeiros estão à frente da economia real. A questão é se eles estão muito à frente ou não, se estamos vendo uma bolha”, acrescentou. “Neste estágio é difícil dizer.”

A questão é saber se a psicologia do mercado vai durar o suficiente para ver uma inegável evidência de uma recuperação. Caso contrário, os participantes do mercado poderão elevar novamente o prêmio de risco para as economias debilitadas da zona do euro, esfriando outra vez as esperanças de expansão.

Com relação a uma pergunta relacionada a uma guerra cambial como consequência da decisão do Banco do Japão de comprar de ativos sem um limite pré-determinado, Blanchard respondeu: “Esta crescente especulação de guerra cambial está muito exagerada”. “Eu realmente penso que as especulações de guerra cambial são simplesmente inapropriadas neste ponto.”

Segundo ele, os países devem adotar as medidas certas para fazer com que suas economias voltem a ser saudáveis. E se o FMI achar que as políticas são apropriadas, então, as implicações para a taxa cambial foram levadas em consideração, acrescentou.

Não houve uma grande “transformação” nos fluxos de capital para os mercados emergentes, enquanto as economias desenvolvidas tentam se recuperar, observou Blanchard. E quando e se os fluxos se tornarem grandes demais para os países menores, então, algum controle será apropriado, acrescentou.

Com relação ao Brasil, Blanchard e o chefe da divisão de estudos econômicos mundiais do FMI, Thomas Helbling, observaram que crescimento potencial da economia brasileira pode ser menor que o estimado.

O FMI prevê um segundo ano de recessão na zona do euro, com um crescimento “anêmico”. Embora os custos de financiamento tenham caído, os indicadores têm mostrando poucos sinais de que as medidas de cortes orçamentários e de reformas estejam rendendo o resultado desejado, o crescimento.

Em parte, segundo o Fundo, é porque os empréstimos privados não estão acelerando tanto quanto se esperava, porque os investidores ainda estão cautelosos e também porque as medidas de austeridade tiveram um impacto maior do que o antecipado.

“Leva algum tempo para essas medidas funcionarem”, observou Blanchard.

Sobre os Estados Unidos, o economista-chefe do FMI observou que a maior economia do mundo está em “melhor forma” e deve se fortalecer ao longo do ano.


Fonte: Valor

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