SÃO
PAULO - Ajudado pelas liquidações, o comércio de bens duráveis, como
geladeiras, fogões e televisores, por exemplo, cresceu 3% em janeiro em
relação a igual período de 2012, segundo dados da Associação Comercial
de São Paulo (ACSP). O ano havia fechado com alta de 2,8% das vendas a
prazo na comparação com 2011.
"A situação melhorou para os bens duráveis, geralmente comprados a prazo", observa o economista da ACSP, Emílio Alfieri.
Também
o Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Atividade Econômica, que
sinaliza a tendência do comportamento da atividade econômica nos seis
meses seguintes, subiu 0,3% em novembro de 2012 em relação a outubro,
descontadas as influências sazonais. Foi o décimo mês consecutivo de
alta.
"A
atividade econômica deverá registrar crescimento um pouco mais
acelerado, especialmente ao longo do primeiro semestre de 2013", afirma o
assessor econômico da Serasa Experian, Luiz Rabi. Ele explica que esse
resultado leva em conta cerca de 90 indicadores e projeta a tendência do
Produto interno Bruto (PIB).
Rabi
aponta vários fatores que devem contribuir positivamente para a
recuperação do ritmo de atividade entre janeiro e junho, destacando, no
entanto, que o desempenho do segundo semestre ainda é uma incógnita.
O
desempenho da safra recorde de grãos que começa a ser colhida no
Centro-Oeste do País, sustentada especialmente pela soja, é apontado
pelo economista da Serasa Experian como um dos pilares da recuperação da
atividade tanto no âmbito da geração de renda no mercado interno como
no externo. É que o complexo soja, que inclui o grão, óleo e o farelo, é
um responde por um terço das exportações do País. "O cenário externo
começou o ano um pouco melhor."
Além
disso, Alfieri, da ACSP, observa que, por causa das grandes promoções
realizadas em dezembro e janeiro, houve uma redução de acúmulo de
produtos no varejo. Com isso, as encomendas às indústrias já começaram a
ser feitas para reposição dos estoques. No início de 2012, o movimento
foi inverso: o encalhe de produtos foi grande e as lojas carregaram um
volume de estoques indesejáveis até meados de abril. Isso retardou a
retomada dos pedidos e, portanto, a atividade nas fábricas.
Inadimplência. Até
mesmo a inadimplência em alta, tida como um dos principais obstáculos
ao crescimento do PIB em 2012, já dá sinais de arrefecimento. Rabi
observa que no financiamento de veículos, o principal vilão, o calote já
recuou um ponto porcentual em relação ao pior momento da inadimplência.
Também o índice atraso inferior a 90 dias, que é a antessala da
inadimplência, diminuiu.
"Se
o crédito acelerar um pouco a inadimplência diminui", prevê o
economista da Serasa, já que o cálculo do índice de calote leva em conta
os atrasos em relação ao volume de empréstimos. Rabi lembra que os
bancos privados indicaram que pretendem recuperar neste ano o terreno
perdido para os bancos públicos no crédito para consumo.
Dados
da ACSP mostram que a inadimplência líquida, que é o saldo entre
pagamentos em atraso e os renegociados no mês, em relação às vendas de
três meses anteriores, ficou em janeiro em 5,3%, o mesmo resultado de
dezembro. O índice é acumulado em 12 meses. "A inadimplência se
estabilizou", diz Alfieri.
Fonte: O ESTADO DE SPAULO
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