O resultado representou uma melhora em relação a julho, quando as
vendas haviam ficado praticamente estáveis na comparação com julho de
2011.
As vendas da indústria brasileira de materiais de construção
cresceram 1,7% em agosto, em relação a igual mês do ano passado,
informou a Abramat, entidade que representa o setor. O resultado
representou uma melhora em relação a julho, quando as vendas haviam
ficado praticamente estáveis na comparação com julho de 2011. Na
evolução de julho para agosto, a alta, sem ajuste sazonal, foi de 8,2%.
De acordo com Walter Cover, presidente da Abramat, essa melhora é
reflexo do desbloqueio do crédito para a pessoa física - o consumo das
famílias responde por mais da metade do faturamento dos fabricantes de
materiais. Cover apontou que a principal responsável pelo crescimento no
acesso ao crédito foi a Caixa Econômica Federal, que passou a oferecer
taxas mensais de 1,4% para o financiamento de materiais de construção,
bem abaixo do patamar de 2,5% a 3% dos bancos comerciais. “Esse
movimento de destravar o crédito começou em julho, foi bom em agosto e
deve ser ainda melhor em setembro e no resto do ano”, disse. Mas as
perspectivas de curto prazo não refletem um tom otimista. No início do
ano, a Abramat estimava um crescimento nas vendas de 4,5% para 2012. Em
maio, essa expectativa foi revisada para 3,4%. Agora, a entidade
acredita que o número pode ser revisado novamente após a divulgação do
resultado de setembro. No acumulado do ano até agosto, a alta das vendas
foi de 2,1%, na comparação com os oito primeiros meses de 2011. Para
Cover, se o índice acumulado não alcançar de 2,5% a 2,6% em setembro, o
número muito provavelmente será revisado outra vez. “Eu diria que tem um
viés de redução [da projeção para 2012]”, afirmou. O presidente da
Abramat afirmou também que o ano, fraco até aqui, é resultado da
dificuldade do acesso ao crédito por parte das famílias no primeiro
semestre, além da desaceleração sofrida nos setores imobiliário e de
infraestrutura. Em 2013, Cover acredita que as incorporadoras verão uma
acomodação e que as obras de infraestrutura devem começar com mais força
no segundo semestre. Sendo assim, a entidade estima um crescimento do
PIB brasileiro da ordem de 4% no período, com vendas da indústria de
materiais um pouco acima desse patamar.
Fonte: Valor
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