Principais construtoras e incorporadoras que têm capital aberto,
devem enfrentar de forma mais intensa a partir de 2013 um novo ciclo de
crescimento.
As
principais construtoras e incorporadoras brasileiras, que têm capital
aberto, devem enfrentar de forma mais intensa a partir do próximo ano um
novo ciclo de crescimento, mais moderado, buscando corrigir erros do
passado e se adaptar à atual realidade do mercado, afirmaram
representantes do setor nesta sexta-feira.
Constituído
principalmente por um retorno das empresas a patamares em que consigam
entregar o que vendem, este novo cenário do setor imobiliário tem como
desafio não deixar de atender a demanda por imóveis, que permanece
forte, porém, com volume de lançamentos menos acelerado.
'No
Brasil se vende antes de construir, os custos vêm depois... se não
houver gestão, cria-se um problema', disse o professor titular do núcleo
de Real Estate da Escola Politécnica da USP, João da Rocha Lima Jr.,
durante a Conferência Lares. 'Planejamento e controle têm que ganhar
espaço.'
Ele
se referiu ao período seguinte à onda de abertura de capital das
empresas do setor, quando o setor imobiliário passou por crescimento
desenfreado, principalmente entre 2008 e 2010. Hoje, essas companhias
vêm enfrentando desafios para contornar estouro de orçamentos, problemas
com parceiros e, em alguns casos, prejuízos.
'Execução
de obra não é detalhe de fluxo de caixa da companhia... a obra é
variável determinante na estratégia de crescimento da operação',
assinalou o diretor financeiro e de Relações com Investidores da Eztec,
Emílio Fugazza.
A
diversificação de regiões de atuação, que levou grande parte das
companhias a Estados com pouco ganho de escala e a firmarem parcerias
--que hoje estão sendo desfeitas-- também foi apontada pelos
profissionais como um retrocesso.
'Agora
todo mundo vai voltar para São Paulo', disse Fugazza. 'As empresas se
propuseram a atuar em mercados que não eram os mercados preponderantes
no negócio principal da companhia.'
'(As
empresas) foram construir no Brasil inteiro como se fosse uma virtude,
mas era uma ação temerária. Muitas agora estão recuando', acrescentou o
professor da USP, ressaltando que 'era possível prever que empresas
apresentariam prejuízo adiante, pelos orçamentos otimistas demais.'
Desde
o início deste ano, as companhias já reduziram o ritmo de lançamentos,
como forma de se adaptar a esta nova realidade, priorizando a
rentabilidade e a venda de estoques antes de ofertar novas unidades.
Diante
deste ajuste de oferta e da reorganização das operações das empresas, a
perspectiva dos profissionais é de que o próximo ano marque um retorno
ao crescimento do setor.
'Estamos
passando por um ano de ajustes, reconhecendo anos de execução ruim em
poucos trimestres, mas temos motivos para acreditar em recuperação a
partir do ano que vem, vai ser muito melhor que 2012', afirmou o
analista David Lawant, do Itaú BBA, citando a nova safra de projetos que
tiveram início em 2010.
Ele
ponderou, contudo, que 'incertezas ainda existem', sendo o estouro de
custos uma das preocupações do mercado. 'Podemos ter mais alguma
(revisão de custos).'
Fonte: Reuters
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