Para o economista Gesner Oliveira, falta de capital físico e humano diminui a competitivdade do país.
Como forma de atingir taxas mais elevadas no Produto Interno
Bruto (PIB) e garantir um crescimento sustentado nos próximos anos, o
Brasil precisa investir em infraestrutura e qualificação dos
trabalhadores. Essa é a fórmula para o país, de acordo com o doutor em
Economia e consultor de negócios, Gesner Oliveira.
O especialista participou do painel de encerramento do 26º
Seminário Nacional da Associação Nacional das Empresas de Transportes
Urbanos (NTU), na quarta-feira (29).
“A receita para o Brasil se resume em uma palavra: capital.
Capital humano e capital físico. Gente qualificada e infraestrutura. A
relação entre infraestrutura e crescimento é direta. Uma boa
infraestrutura reduz custos logísticos e aumenta a competitividade do
país. Em um mundo onde há um acirramento da produção isso é
fundamental”, acredita.
Apresentando dados sobre investimentos e as taxas de crescimento
de países como China e Índia, Oliveira ressaltou que o Brasil tem, sim,
condições de apresentar um desenvolvimento estável ao longo dos anos.
“Eu diria que as parcerias com a iniciativa privada não só podem
ser a solução, como eu diria que são extremamente necessárias. O
investimento público é importante, mas não é suficiente. Precisamos
investir cerca R$ 804 bilhões nos próximos cinco anos”, disse
referindo-se ao levantamento realizado pela Associação Brasileira da
Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).
Segundo o especialista, os aportes anunciados pelo governo
federal nos últimos anos como o PAC da Copa e o PAC das Grandes Cidades
representam investimentos bastante elevados, mas ainda é necessário
capacitar os municípios.
“A mobilidade urbana está no centro dessa dificuldade logística,
desse custo Brasil. O custo da infraestrutura retira a competitividade
do país. Hoje, nosso custo logístico corresponde a 20% do PIB, enquanto
nos Estados Unidos esse valor cai pela metade (10%)”, aponta.
IPI x Mobilidade
Ainda com relação à mobilidade, o especialista destacou a
aprovação da Lei da Mobilidade Urbana, em vigor desde abril. Quando
questionado se o governo federal estaria agindo na contramão da nova
norma com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
para carros, Oliveira defende que essa seja apenas uma medida
temporária.
“A redução do IPI é uma ação paliativa, de curto prazo, como
forma de estimular a economia que está desacelerada. O governo não deve
manter essa política no médio prazo, porque isso trará efeitos para a
mobilidade urbana. A grande ênfase deve ser no estímulo ao transporte
coletivo. Sobre esta ótica, como ação de curto prazo, não considero que
sejam antagônicas”, finaliza.
Fonte: CNT
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