quinta-feira, 6 de setembro de 2012

BRASIL PRECISA INVESTIR EM INFRAESTRUTURA E QUALIFICAÇÃO PARA GARANTIR CRESCIMENTO

Para o economista Gesner Oliveira, falta de capital físico e humano diminui a competitivdade do país.

Como forma de atingir taxas mais elevadas no Produto Interno Bruto (PIB) e garantir um crescimento sustentado nos próximos anos, o Brasil precisa investir em infraestrutura e qualificação dos trabalhadores. Essa é a fórmula para o país, de acordo com o doutor em Economia e consultor de negócios, Gesner Oliveira.
O especialista participou do painel de encerramento do 26º Seminário Nacional da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), na quarta-feira (29).

“A receita para o Brasil se resume em uma palavra: capital. Capital humano e capital físico. Gente qualificada e infraestrutura. A relação entre infraestrutura e crescimento é direta. Uma boa infraestrutura reduz custos logísticos e aumenta a competitividade do país. Em um mundo onde há um acirramento da produção isso é fundamental”, acredita.

Apresentando dados sobre investimentos e as taxas de crescimento de países como China e Índia, Oliveira ressaltou que o Brasil tem, sim, condições de apresentar um desenvolvimento estável ao longo dos anos.

“Eu diria que as parcerias com a iniciativa privada não só podem ser a solução, como eu diria que são extremamente necessárias. O investimento público é importante, mas não é suficiente. Precisamos investir cerca R$ 804 bilhões nos próximos cinco anos”, disse referindo-se ao levantamento realizado pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).

Segundo o especialista, os aportes anunciados pelo governo federal nos últimos anos como o PAC da Copa e o PAC das Grandes Cidades representam investimentos bastante elevados, mas ainda é necessário capacitar os municípios.

“A mobilidade urbana está no centro dessa dificuldade logística, desse custo Brasil. O custo da infraestrutura retira a competitividade do país. Hoje, nosso custo logístico corresponde a 20% do PIB, enquanto nos Estados Unidos esse valor cai pela metade (10%)”, aponta.

IPI x Mobilidade

Ainda com relação à mobilidade, o especialista destacou a aprovação da Lei da Mobilidade Urbana, em vigor desde abril. Quando questionado se o governo federal estaria agindo na contramão da nova norma com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros, Oliveira defende que essa seja apenas uma medida temporária.

“A redução do IPI é uma ação paliativa, de curto prazo, como forma de estimular a economia que está desacelerada. O governo não deve manter essa política no médio prazo, porque isso trará efeitos para a mobilidade urbana. A grande ênfase deve ser no estímulo ao transporte coletivo. Sobre esta ótica, como ação de curto prazo, não considero que sejam antagônicas”, finaliza.



Fonte: CNT

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