sexta-feira, 28 de setembro de 2012

BRASIL DEVERÁ CRESCER MAIS EM 2013, DIZ ECONOMISTA DA PRICE

Os estímulos fiscais e monetários adotados por países emergentes devem permitir a recuperação mais forte da economia em 2013.

Os estímulos fiscais e monetários adotados por países emergentes devem permitir a recuperação mais forte da economia em 2013, apesar da situação difícil que vive o mundo desenvolvido, afirma John Hawksworth, economista-chefe da PricewaterhouseCoopers no Reino Unido. Para o Brasil, diz, a redução da taxa básica de juros e a desvalorização do real devem permitir que, no próximo ano o país cresça mais perto do potencial de longo prazo, estimado pela consultoria em 4% ao ano. 'É claro que esse cenário depende de estabilização na zona do euro, com gradual retomada da confiança'.
Para Hawksworth, a atuação mais incisiva do Banco Central para defender o nível de R$ 2,00 do dólar é 'reação natural' à valorização excessiva da taxa de câmbio, que prejudicou a indústria manufatureira brasileira. 'É justificável que o governo procure ter câmbio menos valorizado, até porque vários governos ao redor do mundo fazem isso.'

O Brasil também tende a se beneficiar, em 2013, da recuperação do crescimento chinês. O pacote de US$ 150 bilhões em investimentos em infraestrutura e o alívio monetário não devem ter efeito imediato, mas vão permitir que o país volte a se acelerar já no próximo ano. Hawksworth adverte, no entanto, que taxas de crescimento superiores a 10% ao ano, como o mundo se acostumou a ver, devem ter ficado para trás. 'O ritmo de expansão era claramente insustentável, o que ficou visível no mercado imobiliário, principalmente', diz o economista-chefe. Para Hawksworth, a China ainda tem capacidade de sustentar, pelos próximos cinco anos, crescimento em torno de 8%.

Para o mundo desenvolvido, os prognósticos são pouco favoráveis. Na Europa, a compra de títulos no mercado secundário pelo Banco Central Europeu (BCE) foi mais um dos episódios de reação das autoridade no último minuto, permitindo assim que a crise se arraste. Para o economista, há disposição política para manter a zona do euro unida, mas mudanças estruturais necessárias, como redução da dívida em países periféricos, ocorrerão no longo prazo, 'talvez ao longo de uma década'.

Nos Estados Unidos, que até agora lidaram pior que a Europa com a crise fiscal, diz o economista, os estímulos monetários devem ajudar no curto prazo. Mas, com a necessidade de colocar as finanças públicas em ordem, o país terá que conviver com um potencial menor de crescimento, de até 2,5% ao ano.


Fonte: Valor

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