Os estímulos fiscais e monetários adotados por países emergentes devem permitir a recuperação mais forte da economia em 2013.
Os
estímulos fiscais e monetários adotados por países emergentes devem
permitir a recuperação mais forte da economia em 2013, apesar da
situação difícil que vive o mundo desenvolvido, afirma John Hawksworth,
economista-chefe da PricewaterhouseCoopers no Reino Unido. Para o
Brasil, diz, a redução da taxa básica de juros e a desvalorização do
real devem permitir que, no próximo ano o país cresça mais perto do
potencial de longo prazo, estimado pela consultoria em 4% ao ano. 'É
claro que esse cenário depende de estabilização na zona do euro, com
gradual retomada da confiança'.
Para
Hawksworth, a atuação mais incisiva do Banco Central para defender o
nível de R$ 2,00 do dólar é 'reação natural' à valorização excessiva da
taxa de câmbio, que prejudicou a indústria manufatureira brasileira. 'É
justificável que o governo procure ter câmbio menos valorizado, até
porque vários governos ao redor do mundo fazem isso.'
O
Brasil também tende a se beneficiar, em 2013, da recuperação do
crescimento chinês. O pacote de US$ 150 bilhões em investimentos em
infraestrutura e o alívio monetário não devem ter efeito imediato, mas
vão permitir que o país volte a se acelerar já no próximo ano.
Hawksworth adverte, no entanto, que taxas de crescimento superiores a
10% ao ano, como o mundo se acostumou a ver, devem ter ficado para trás.
'O ritmo de expansão era claramente insustentável, o que ficou visível
no mercado imobiliário, principalmente', diz o economista-chefe. Para
Hawksworth, a China ainda tem capacidade de sustentar, pelos próximos
cinco anos, crescimento em torno de 8%.
Para
o mundo desenvolvido, os prognósticos são pouco favoráveis. Na Europa, a
compra de títulos no mercado secundário pelo Banco Central Europeu
(BCE) foi mais um dos episódios de reação das autoridade no último
minuto, permitindo assim que a crise se arraste. Para o economista, há
disposição política para manter a zona do euro unida, mas mudanças
estruturais necessárias, como redução da dívida em países periféricos,
ocorrerão no longo prazo, 'talvez ao longo de uma década'.
Nos
Estados Unidos, que até agora lidaram pior que a Europa com a crise
fiscal, diz o economista, os estímulos monetários devem ajudar no curto
prazo. Mas, com a necessidade de colocar as finanças públicas em ordem, o
país terá que conviver com um potencial menor de crescimento, de até
2,5% ao ano.
Fonte: Valor
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