As empresas que fazem uso intensivo de energia apostam na redução
dos encargos sobre a conta de luz para retomar parte da
competitividade perdida.
As
empresas que fazem uso intensivo de energia apostam na redução dos
encargos setoriais que incidem sobre a conta de luz para retomar parte
da competitividade perdida no mercado interno e externo, mas afirmam que
ainda será preciso calcular o real impacto da medida em sua planilha de
custos. Indústrias do segmento, como a de alumínio e a siderúrgica,
serão beneficiadas com percentuais de desconto nas tarifas que chegarão
aos 28%, teto do anúncio feito ontem pelo Ministério das Minas e Energia
(MME). A medida também poderá ser decisiva para a retormada de
investimentos que ficaram parados por causa do agravamento da crise na
Europa. Hoje, a participação da energia elétrica no custo da tonelada do
aço chega a 10% nas usinas semi-integradas, que não contam com a
vantagem de dominarem o ciclo completo da produção.
'Essa medida aumenta a competitividade da indústria e estimula o investimento porque reduz preços e faz com que o empresário tenha mais confiança em produzir e gerar emprego no Brasil. Teremos um produto mais competitivo no mercado nacional e internacional', afirmou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, em nota. Para o Instituto Aço Brasil (IABr), um dos grandes problemas da indústria nacional hoje é a perda de competividade. 'A desoneração da energia elétrica vai na direção de recuperar parte dessa competitividade num cenário internacional de competição acirrada e muitas vezes desleal', afirmou a entidade em nota. Para a instituição, a medida é tão bem-vinda quanto o recente aumento das tarifas de importação e o fim da guerra fiscal nos portos.'São medidas que, em seu conjunto, fazem com que a indústria brasileira do aço tenha melhoria na sua competividade, considerando que o Brasil tem o terceiro maior custo de energia elétrica entre 27 países, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)'.
Retomada
De
acodo com o presidente da ArcelorMittal Aços Longos para a América do
Sul, Augusto Espeschit de Almeida, a medida favorece a decisão de
retomar o projeto de duplicação da usina de João Monlevade, na Região
Central de Minas Gerais, orçado em US$ 1,2 bilhão. 'Com certeza,
facilita e muito a retomada de investimentos. O custo menor com os
insumos melhora não só o retorno do projeto como também o valor presente
do empreendimento', disse o executivo. A ArcelorMittal anunciou a
paralisação das obras em novembro do ano passado, diante do agravamento
da crise na Europa. 'Foi uma decisão histórica e corajosa, um passo
acertado de que a economia precisava como parte de um processo de
fortalecimento da indústria', disse.
Outros
segmentos eletrointensivos, como a produção de papel e celulose e de
ferro-gusa, também comemoraram a decisão. Mas ainda vai levar um tempo
para que as empresas façam as contas do impacto da medida na redução de
custos. Para a Alcoa, a quantificação dos efeitos da medida em suas
atividades no Brasil necessita de uma análise mais aprofundada das
medidas anunciadas e dependerá, entre outros fatores, da negociação do
contrato já vigente com a Eletronorte, empresa que fornece energia
elétrica à companhia em sua operação em São Luís (MA). A Gerdau também
avaliou como positiva a iniciativa, mas diz que vai analisá-la para
mensurar os reflexos em suas operações.
Fonte: Estado de Minas
Nenhum comentário:
Postar um comentário