Os juros dos financiamentos para empresas interessadas na compra
de caminhões e máquinas e equipamentos pelo Finame caíram para 2,5% ao
ano.
Para socorrer os setores que ainda mais sofrem com os efeitos
da crise - bens de capital e caminhões - o governo reduziu novamente as
taxas de juros dos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento,
Econômico e Social (C), criou novas linhas e adotou medidas para
antecipar as compras das empresas. Até mesmo a compra de máquinas e
equipamentos, caminhões e aviões usados receberá estímulo do governo.
Para isso, o Tesouro Nacional subsidiará juros menores que a
inflação prevista, o que representa juros reais negativos. As linhas, no
Programa de Sustentação do Investimento (PSI), venceriam sexta-feira e
foram prorrogadas até 31 de dezembro. Os juros dos financiamentos para
empresas interessadas na compra de caminhões e máquinas e equipamentos
pelo Finame caíram para 2,5% ao ano. Essa mesma taxa valerá para o
Procaminhoneiro - para caminhoneiros individuais. Ainda houve uma
redução de 1 ponto porcentual, para 8%, nos juros para financiar
exportação de bens de capital.
Uma nova linha de financiamento para bens de capital usados
também está sendo criada. Quando o cidadão quer comprar um caminhão
novo, ele tem de vender um usado e necessita de uma linha para o
comprador do usado, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A linha
vale para caminhões, máquinas e ferramentas, tratores, carretas,
aeronaves comerciais e cavalos mecânicos usados e de fabricação
nacional. A taxa que incidirá sobre esse crédito é a TJLP (5,5% ao ano)
mais 1%, além do risco da empresa.
Outra linha lançada ontem refinanciará bens de capital para
empresas de máquinas e equipamentos, ônibus e caminhões. Se houver
inadimplência, o interessado obtém novo crédito para pagar o antigo. Ele
vai quitar esse financiamento e tem um refinanciamento. É como se fosse
um aumento do prazo de pagamento, disse Mantega. Os juros ainda não
foram estipulados.
O governo também permitirá a aceleração da depreciação para
caminhões e vagões adquiridos até o fim do ano. Só para esses dois
produtos estamos acelerando de 48 meses para 12 meses. Isso significa
que a empresa poderá lançar no balanço os gastos a depreciação desse bem
como um custo e receber os tributos de volta em 12 meses. A depreciação
acelerada já é permitida para máquinas e equipamentos.
Quem vai entrar no programa ferroviário que foi lançado faz a
encomenda agora e depois faz depreciação. Ou seja, o produto vai sair
muito mais barato, disse Mantega, referindo-se ao programa de
infraestrutura lançado há 15 dias pela presidente Dilma Rousseff.
O PSI foi criado durante a crise global de 2009 e tem orçamento
de R$ 227 bilhões, dos quais R$ 78 bilhões ainda não forma
desembolsados. As novas medidas, segundo Mantega, permitirão liberar
todo o valor previsto.
Cenário. Poucas horas antes do anúncio das medidas,
representantes dos setores de bens de capital e de caminhões estiveram
com o ministro e apresentaram um cenário pessimista. A Associação
Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) reclamou da
concorrência internacional e informou que a capacidade instalada do
setor está em 73%, a mais baixa em 40 anos, e mais de 10 mil
trabalhadores foram demitidos entre outubro de 2011 e junho de 2012.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea), as vendas de caminhões caíram 20% de janeiro a
julho, ante mesmo período de 2011. A projeção é que a retração se
acentue e atinja 42% no fim do ano. Como caminhões já têm isenção de
IPI, a alternativa para recuperar as vendas é baratear o crédito.
Fonte: O Estado de São Paulo
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