Para jornal, infraestrutura e educação ficaram para trás, impedindo que país decole.
Após uma década de robusto crescimento, o Brasil subitamente
se vê obrigado a repensar seu modelo econômico. Segundo análise do
jornal britânico Financial Times, a economia brasileira desacelerou e
agora "rasteja", com uma expectativa de expansão de menos de 2% neste
ano.
O jornal aponta para vários fatores que deixaram o país, "cuja
economia parece ter perdido a direção", nesta situação. "Muito de sua
indústria, apesar de uma série infindável de medidas de estímulo, se
tornou globalmente pouco competitiva", diz o jornal. “Até o consumo
[interno] está dando sinais de fadiga.”
Apesar do aumento em investimentos, "infraestrutura e educação
ficaram para trás e sua fraqueza impediu o país de realizar o seu pleno
potencial", avalia a publicação. Como entraves para um crescimento mais
forte, são apontados ainda a baixa taxa de poupança e juros ainda altos,
que seriam herança do período de inflação galopante dos anos 90.
Burocracia governamental e o sistema de impostos também foram apontados
pelo periódico.
Para o FT, a busca de novos modelos e do papel do Estado neles
não é um problema brasileiro, mas dos mercados emergentes em geral. "Com
os modelos europeu, japonês e norte-americano aparentemente batidos,
restam poucos modelos globais para guiar os tomadores de decisão em meio
à tempestade", ressalta Joe Leahy, correspondente do jornal no Brasil.
"Diminuir o tamanho do Estado será difícil. Analistas indicam que
uma máquina estatal grande é uma escolha que o brasileiro fez no voto”,
pontua. “Mesmo diante do declínio das economias europeias, na média o
brasileiro está mais inclinado a optar por modelos baseados no Estado,
como o chinês, do que o capitalismo de livre mercado norte-americano."
Fonte: BBC
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