O ano de 2012 será um ano para esquecer. Acho muito difícil repetir isso em 2013', diz presidente da Associação.
O próximo ano deve ser 'o ano da virada' para a indústria de
máquinas e equipamentos, que apresentou resultados ruins e demissões ao
longo de 2012. O presidente da Associação Brasileira de Indústrias de
Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, disse nesta
quarta-feira que 2013 deve ser positivo para o setor, a partir de
estímulos do governo federal. 'O ano de 2012 será um ano para esquecer.
Acho muito difícil repetir isso em 2013', afirmou ele, durante
entrevista à imprensa, durante divulgação dos dados do setor.
'A partir de 2013, se não vier nada muito ruim da Europa, começa a
ser o ano da virada', disse Aubert, ao comentar que o governo federal
está atento para reverter o quadro da indústria de transformação
brasileira. O presidente da Abimaq citou, como fatores responsáveis pelo
otimismo do setor, a linha de financiamento PSI-Finame, do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a luta do
governo Dilma Rousseff para reduzir os juros e a melhora no nível da
taxa de câmbio.
O setor de máquinas e equipamentos já demitiu 9.082 empregados de
outubro de 2011 até outubro deste ano. A expectativa é de que ocorram
mais demissões em dezembro e janeiro de 2013. 'A data base do setor é em
novembro. Então, nessa época não há demissões por conta de custos
relativos a multas. Mas, em dezembro e janeiro, é possível que os
números estejam um pouco piores', explicou Aubert. Em outubro deste ano,
o setor tinha 254.506 pessoas empregadas, queda de 0,7% ante setembro.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), de acordo
com Aubert, será o menor dos últimos 40 anos. A média anual do Nuci está
em 75% neste ano, ante 81,4% em 2011. 'Nossas máquinas estão paradas.
Paramos de fabricar e não estamos importando', comentou.
Apesar disso, este ano, pela primeira vez desde 2005, o setor
deve registrar queda no déficit comercial, na comparação com o ano
anterior. Até outubro, o déficit acumulado era de US$ 14,4 bilhões. No
mesmo período do ano passado, o déficit chegava a US$ 14,7 bilhões.
'Essa vai ser a primeira vez desde 2005 que talvez o déficit da nossa
balança caia, porém ainda é um número muito alto', disse Aubert.
O presidente da Abimaq mencionou que o câmbio a R$ 2,00 já
provocou impacto positivo para o setor com relação às exportações. No
acumulado do ano, as exportações já subiram 29%, com destaque para a
expansão a partir de julho. Até outubro, as exportações somaram US$ 10,8
bilhões, avanço de 11,2% sobre o mesmo período de 2011. 'Em reais,
nossas exportações subiram 29%, só em função do câmbio, que tem efeito
direto no setor.'
Para o próximo ano, além de insistir no controle do câmbio, que
deveria ficar no nível atual ou superior, a Abimaq pedirá ao governo a
prorrogação da linha PSI-Finame. 'Estamos pedindo para o governo que
seja estendido de forma perene. Eu acredito que vamos conseguir', disse
Aubert, sobre a prorrogação das atuais condições de financiamento da
linha PSI-Finame, que terá suas taxas reajustadas a partir de 31 de
dezembro.
'Além disso, acreditamos que chegou no limite os benefícios de
redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis
e linha branca. Por que agora não se isenta de imposto de renda, por
exemplo, quem ganha até R$ 3.500? Esse dinheiro iria para a economia
toda, e não só para um setor específico', propôs Aubert.
Fonte: Agência Estado
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