sexta-feira, 13 de abril de 2012

IPCA DE MARÇO DESACELERA RITMO DE ALTA E SOBE 0,21%

Resultado ficou abaixo do piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções; no ano passado, a alta foi de 2,44%

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou março com alta de 0,21% após uma variação de 0,45% em fevereiro, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período do ano passado, alta foi de 2,44%


O resultado ficou abaixo do piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de uma taxa de 0,30% a 0,40%, com mediana de 0,37%. Até março, o IPCA acumula altas de 1,22% no ano e de 5,24% nos últimos 12 meses.


Segundo o IBGE, o freio na inflação medida pelo IPCA em março deveu-se à forte redução na variação dos preços do grupo Educação,O IPCA de março, de 0,21%, é 0,24 ponto porcentual menor que o registrado em fevereiro, ou seja, menos da metade do índice do mês anterior.



O grupo Educação, principal influência em fevereiro, saiu de uma alta de 5,62%, com um impacto de 0,25 ponto porcentual naquele mês, para uma variação de 0,54% em março, o mesmo que uma contribuição de apenas 0,02 ponto porcentual na formação do IPCA.


Em março, apenas os grupos Alimentação e Transportes registraram avanço na inflação. O grupo Alimentação e Bebidas teve aumento de 0,19% em fevereiro e de 0,25% em março, enquanto Transportes reverteram a queda de -0,33% para uma alta 0,16%.


Os demais grupos tiveram resultados inferiores, o que contribuiu para a desaceleração do índice: Habitação saiu de 0,60% para 0,48%; Artigos de Residência de 0,06% para -0,40%; Vestuário de -0,23% para -0,61%; Saúde e Cuidados Pessoais de 0,70% para 0,38%; Despesas Pessoais de 0,88% para 0,55%; e Comunicação de -0,17% para -0,36%.


INPC


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,18% em março, após ter registrado alta de 0,39% em fevereiro. Com o resultado, o índice acumulou uma alta de 1,08% em 2012, e de 4,97% nos 12 meses encerrados em março. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.


Menor índice


Em 12 meses, a taxa do IPCA, de 5,24%, é a menor desde outubro de 2010, quando o resultado foi de 5,20%. Já a taxa do mês de março, de 0,21%, foi a menor desde julho de 2011, quando havia alcançado 0,16%.


"Para março, desde o Plano Real, esse é um dos melhores resultados", notou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.


Serviços


A inflação de serviços desacelerou fortemente na passagem de fevereiro para março, segundo o IBGE. No período, os preços dos serviços medidos no IPCA saíram de uma alta de 1,25% para um avanço de 0,52%. Dentre os itens pesquisados, subiram menos no mês passado empregado doméstico (de 1,78% para 1,38%), aluguel residencial (de 1,19% para 0,45%) e condomínio (de 0,68% para 0,48%), entre outros, em relação ao mês anterior.


"Alguns serviços importantes tiveram variação menor, como aluguel residencial e empregado doméstico, que têm peso muito significativo no orçamento das famílias" explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.


No caso de alimentação fora de domicílio, a alta saiu de 0,59% em fevereiro para 0,31% em março. "Os aumentos já foram tão fortes em bares e restaurantes que, às vezes, isso impede um pouco de aumentar mais", lembrou Eulina.


Liquidações


A prorrogação das liquidações de primavera-verão e o aumento de importações de peças de vestuário da China levaram a uma queda ainda maior nos preços do grupo Vestuário em março, informou hoje o IBGE. O movimento contraria um comportamento sazonal, já que as reduções de preços costumam ocorrer até fevereiro, com a entrada da nova coleção nas lojas já em março.


No Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o grupo Vestuário saiu de uma queda de 0,23% em fevereiro para um recuo ainda maior em março, de -0,61%. "Os lojistas foram esticando a liquidação de fim de temporada, porque não conseguiram vender tudo. E houve também a importação de produtos muito mais baratos. A importação de artigos de vestuário da China no primeiro trimestre deste ano foi bem maior do que no mesmo trimestre do ano anterior", justificou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.


Outro fator atípico que contribuiu para a forte desaceleração no IPCA - a taxa saiu de 0,45% em fevereiro para 0,21% em março - foi o resultado do grupo Comunicação, que aprofundou a queda nos preços, de -0,17% em fevereiro para -0,36% em março. "Em Comunicação, a queda foi de telefone fixo. Houve redução de 10,78% na tarifa de ligações de fixo para móvel, um dos itens que compõem a cesta de compras que a gente pesquisa", contou Eulina.


Já a queda no grupo Artigos de Residência foi explicada, principalmente, pelos preços dos eletrodomésticos, beneficiados pela redução no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), desde o fim de 2011. O grupo saiu de uma leve alta de 0,06% em fevereiro para uma queda de 0,40% em março.


"Nos artigos de residência, os responsáveis pela queda foram os eletrodomésticos, por causa da redução de IPI da linha branca", confirmou a coordenadora do IBGE. Os eletrodomésticos saíram de uma queda de 0,38% em fevereiro para um recuo de 1,50% em março. Já os artigos de TV, som e informática passaram de uma taxa de -1,73% para -1,59% no período.


Fonte: O Estado de SPaulo

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