quinta-feira, 19 de abril de 2012

DESINDUSTRIALIZAÇÃO PODE SER PERCEBIDA EM ALGUNS SETORES DA INDÚSTRIA

Alguns segmentos da indústria, como máquinas, veículos automotivos, varejo e construção civil, estão passando por um processo de desindustrialização. É o que afirma um levantamento realizado pela auditoria KSI Brasil.

Segundo os dados, ao comprar insumos, peças e produtos acabados, estas empresas têm optado por fabricantes estrangeiros. “O item dos balanços que aponta gastos com fornecedores estrangeiros tem crescido de forma expressiva, comparativamente aos índices dos últimos anos”, explica o sócio-diretor da KSI Brasil, Ismael Martinez.


Ao analisar os segmentos, nota-se este cenário especialmente na indústria automobilística, de motocicletas e máquinas agrícolas. Para a auditoria, isso se deve não só à valorização do real frente ao dólar e à perda de competitividade da indústria brasileira, mas também à tendência crescente da indústria de repassar atividades menos nobres e estratégicas do processo de fabricação para empresas do exterior.


Construção civil


No caso da construção civil, além dos fatos citados acima, soma-se a necessidade de evitar aborrecimento com fornecedores internos comprometidos com um número de demandas maiores do que podem atender.


“Com o real forte, tornou-se mais vantajoso terceirizar a fabricação de peças na China ou importar o produto acabado, principalmente quando os processos produtivos requerem tecnologia e equipamentos muito sofisticados”, declara Martinez.


Já no segmento de máquinas agrícolas, as empresas brasileiras de fundição, usinagem e solda estão perdendo terreno para os asiáticos, que têm peças para pronta-entrega a preços mais vantajosos.


Outras funções


Outra situação comum é que muitas empresas instaladas no Brasil têm de direcionar suas atividades para outras funções, como em autopeças, que, além de produzirem as peças, são obrigadas a instalá-las no veículo.


O fato também é percebido pelo varejo, que transfere a organização de produtos em araras – caso do setor de vestuário e calçado – para as empresas de logísticas, que entregam as mercadorias prontas para a comercialização.


Indústria têxtil


Mas o processo de desindustrialização ainda não afetou alguns segmentos, como a indústria de confecções, conforme afirma a ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil). De acordo com a associação, ao analisar as importações do setor têxtil, percebe-se que, entre 2006 e 2010, a produção de confeccionados, em volumes, cresceu 24,3%. Em valores, o crescimento foi de 93%.


“Ou seja, as importações não inibiram o crescimento industrial de confecções. No entanto, o crescimento industrial ocorreu de forma mais lenta que o consumo, que passou a ser suprido pelos produtos importados, a fim de evitar o desabastecimento e uma pressão inflacionária”, disse, em nota.



Fonte: Infomoney

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