segunda-feira, 30 de julho de 2012

SETOR DE FERRAMENTAS REVELA OTIMISMO COM SEGUNDO SEMESTRE

Para alguns, porém, esse aumento não bastará para recuperar a queda sofrida nos primeiros seis meses de 2012.


O setor de ferramentas de corte ficou abaixo de suas expectativas no primeiro semestre de 2012, na comparação com o mesmo período do ano passado. Fatores como a queda na produção do setor automotivo, em especial no segmento de caminhões e ônibus, e a oscilação do câmbio são apontados como os responsáveis pela diminuição no volume de negócios. No entanto, as empresas demonstram otimismo e esperam melhora no volume de negócios no segundo semestre.

Para a maioria das empresas ouvidas pelo site Usinagem-Brasil na semana passada, a expectativa é de crescimento nesse período, ainda que não nas taxas previstas no início do ano. Para alguns, porém, esse aumento não bastará para recuperar a queda sofrida nos primeiros seis meses de 2012.


Para Cláudio Camacho, diretor da Sandvik Coromant, existe no mercado uma expectativa de melhora a partir de agora na medida em que as principais causas do desaquecimento do primeiro semestre foram ou estão sendo equacionadas (as dificuldades de crédito e financiamento, os problemas com a entrada em vigência da Euro 5 para ônibus e caminhões, incluindo a falta de combustível adequados para os novos motores e o consequente aumento dos estoques). A esses fatores deve se somar ainda os novos incentivos (redução de impostos) à cadeia automotiva. “Ou seja, espera-se uma melhora, mas ninguém é capaz de arriscar um índice, até porque até aqui o aumento das vendas de veículos ainda não refletiu na cadeia automotiva”, observa Camacho.


Eduardo Ribeiro, presidente da Iscar do Brasil, revela que a filial brasileira registrou queda de 12% no primeiro semestre, como reflexo da redução da atividade no setor automotivo. “Acredito numa pequena melhora no segundo semestre, devido à retomada no setor de caminhões e linha pesada em geral e também devido a outros mercados que começam a dar sinais de reação, como é o caso do setor de óleo e gás, que tende a ficar nesse semestre”, observa.


“No que se refere ao consumo de ferramentas de corte, o segundo semestre deve ser melhor que o primeiro, até porque estão baixando os estoques de automóveis e caminhões e a indústria deve repor os níveis”, avalia Fernando Pereira, diretor-presidente da Seco Tools no Brasil, lembrando a importância desse setor para o faturamento da indústria de ferramentas. Em sua opinião, porém, esse aumento “não será o suficiente para recuperar as perdas do primeiro semestre e, no total, o movimento em 2012 deve ficar abaixo do verificado em 2011”.


Hélio Galheta, presidente da TaeguTec do Brasil, demonstra mais otimismo. Embora a filial brasileira tenha registrado declínio de 8% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2011, o executivo acredita num bom desempenho nos próximos seis meses. “Iremos recuperar a queda do primeiro semestre e crescer 10% em 2012 comparado com 2011”, afirma.


Salvador Fogliano, novo diretor da Walter do Brasil, considera que o setor foi impactado negativamente no primeiro semestre, em virtude da baixa na indústria automotiva. “Mas para a Walter o impacto não foi tão significativo, pois em virtude do nosso portfólio de produtos, estamos presentes em vários outros segmentos de mercado, como o de geração de energia e indústria médica, por exemplo”. Fogliano também considera que haverá uma retomada do consumo de ferramentas na indústria automotiva no segundo semestre. “Porém, entendemos que isso deve ocorrer apenas no último trimestre de 2012."


Já a Komet do Brasil, que passou por profunda reestruturação em 2011, vive quadro diferente. A filial brasileira fechou o primeiro semestre com alta de 18% sobre o mesmo período do ano passado. O que não quer dizer que a empresa não tenha sofrido efeitos da conjuntura. “Ficamos abaixo do nosso budget, que era bastante agressivo”, informa José Luiz Marcandalli, gerente-geral da Komet do Brasil.


Para este segundo semestre, Marcandalli acredita na reação, não da indústria como um todo, mas de alguns setores industriais, particularmente os de caminhões e da indústria pesada (tratores). Avalia também que muitas empresas, no período de baixa, optaram por consumir seus estoques de ferramentas e agora irão precisar repor esses estoques. “Muito provavelmente não vamos fechar 2012 com o crescimento projetado de 32%, mas vamos crescer algo em torno de 23%”, avalia.



Fonte: Usinagem-Brasil

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