segunda-feira, 23 de julho de 2012

CONSTRUÇÃO CIVIL MANTÉM RITMO DE DESACELERAÇÃO TAMBÉM EM MAIO

A retração da atividade no mês passado foi generalizada, atingido todos os portes de empresas.

O setor da construção teve em maio a sétima queda do nível de atividade nos últimos 12 meses, aponta a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta sexta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A retração da atividade no mês passado foi generalizada, atingido todos os portes de empresas e os três segmentos pesquisados: construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados.

O indicador de atividade do setor ficou em 48,9 pontos em maio. Os indicadores variam de zero a 100 e acima de 50 pontos configuram aumento. No mês anterior, abril, a atividade tinha registrado leve recuperação, com 50,6 pontos. Um ano atrás, o indicador fora de 51,9 pontos, segundo a pesquisa, feita em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

O economista da CNI Danilo Garcia destacou que as grandes empresas, desta vez, sentiram mais a retração na atividade. “Normalmente, as pequenas é que reagem mais fortemente a uma queda no ritmo do setor. Em maio, as grandes tiveram uma queda maior”, disse. Enquanto as pequenas empresas registraram 49,8 pontos na atividade (na prática, estabilidade em relação ao mês anterior), as grandes assinalaram 49 pontos.


O nível de atividade em relação ao usual também ficou abaixo dos 50 pontos, com 46,4 pontos, o que indica que as empresas operaram em maio abaixo do costume para o mês. “É uma queda expressiva e acende um sinal amarelo nesse momento do ano. O setor está com a atividade desaquecida”, constatou Garcia.


A Utilização da Capacidade de Operação (UCO) da indústria da construção, que mede o volume de recursos, mão de obra e maquinário utilizados pelas empresas, recuou de 72% em abril para 71% em maio. Por porte de empresas, as grandes foram as que registraram maior UCO em maio, com 74%, ante 70% das médias e 66% das pequenas.


O emprego no setor se manteve em maio comparativamente a abril, aponta a Sondagem Indústria da Construção. O indicador ficou em 50,1 pontos. “O último indicador a ter variação para baixo normalmente é o do emprego. O empresário segura o quanto dá antes de demitir, para se certificar de que é realmente a única saída, uma vez que demissões implicam custos elevados”, explicou o economista da CNI.


Otimismo - Garcia assinalou haver diferença, no entanto, entre o agora e o depois. “As expectativas dos empresários para os próximos seis meses continuam altas. Em alguns casos até cresceram em relação ao mês anterior, mas todas as variáveis demonstram otimismo ”, afirmou.


A perspectiva dos empresários da construção sobre o nível de atividade ficou em 58,9 pontos em junho (como o indicador é para os próximos seis meses, usa-se a data da coleta dos dados), ante 58,7 pontos em maio. No indicador de novos empreendimentos e serviços, também houve melhora das expectativas, que cresceram de 58,6 pontos em maio para 58,8 pontos em junho.


A expectativa em relação à compra de matérias-primas e insumos também está elevada, em 58,3 pontos, assim como sobre a contratação de mão de obra, que registrou 57,3 pontos. “O empresário não demitiu ainda e espera contratar mais nos próximos seis meses porque acredita na recuperação da atividade do setor”, concluiu economista da CNI.[3]


A Sondagem Indústria da Construção foi realizada entre os dias 1º e 18 de junho com 485 empresas, das quais 167 de pequeno porte, 197 médias e 121 grandes.



Fonte: SEGS

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