quarta-feira, 25 de julho de 2012

CONSTRUTORAS SUBSTITUEM MATÉRIA-PRIMA IMPORTADA POR NACIONAL

Preços na construção civil não devem sofrer impacto imediato do câmbio

A balança comercial dos materiais de construção brasileira, que nos últimos três anos apresentou déficit, pode estar no caminho para virar o jogo a favor dos fabricantes brasileiros. A alta do dólar reduziu o interesse por insumos importados, como revestimentos cerâmicos e metais, avalia o consultor Melvyn Fox, ex-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). "Não dependemos muito das importações. Cerca de 6% ou 7% do material de construção usado no Brasil vem de fora", diz. Mesmo assim, quando a moeda norte-americana ultrapassou os R$ 2, a indústria comemorou. "O produto nacional não deixa a desejar em relação ao importado", diz. Com a troca, desde prédios residenciais até obras estruturais, como as para a Copa de 2014, estariam a salvo de atrasos ou reajustes.

Além disso, boa parte do material de construção está com isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) até o final do ano, o que barateia o custo final. O vice-presidente de economia do Sindicato da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon), Eduardo Zaidan, diz ainda que os preços dos produtos nacionais se mantiveram "comportados". "Em 12 meses, aumentaram cerca de 3%", afirma.

Mesmo produtos fabricados no País, mas que têm parte da matéria-prima importada ou cotada em dólar, como é o caso dos canos de PVC, derivados do petróleo, dos cabos de cobre e esquadrias de alumínio e até do aço longo para as estruturas. William Alves, analista da XP Investimentos especializado em aço, explica que o preço do aço no mercado brasileiro está sob controle - apesar de ter sobreoferta do produto, a demanda ainda é alta em função das obras de construção civil e infraestrutura. "Ainda assim, a composição do aço - carvão, minério de ferro e eventualmente sucata - é suscetível às oscilações do mercado externo e impacta o custo de produção. Mas o fabricante não necessariamente consegue repassar para o preço final", explica Alves. "O que determina o mercado é o custo de produção."A dificuldade que as construtoras enfrentam para importar também emperra a entrada do aço estrangeiro. ¿Fica caro trazer um navio cheio de aço. Sobraria muito material e não faz sentido para as construtoras ficarem com um estoque, afirma. Além disso, a preferência pelo produto nacional se explica pelo potencial de customização do aço longo. A Gerdau, por exemplo, consegue entregar pedidos mais específicos da construtora, como um aço dobrado de determinada forma.



Fonte: Terra

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