O sinal positivo é a indústria de bens de capital ter parado de demitir.
Em meio a uma série de indicadores negativos referentes ao mês
de setembro, o diretor da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de
Máquinas e Equipamentos), Carlos Pastoriza, aponta que o sinal positivo
é a indústria de bens de capital ter parado de demitir. Segundo
levantamento divulgado hoje pela associação, apesar de o número de
empregados no setor estar 2,8% abaixo do observado no mesmo mês do ano
passado, houve uma discreta alta, de 0,1%, em relação a agosto, com
255.194 empregados.
'Apesar dos resultados ruins de faturamento e de produção, as
empresas não demitiram, até contrataram um pouquinho, porque elas
receberam pedidos', disse Pastoriza em entrevista coletiva.
O diretor ressalta que essa entrada demora ainda um pouco a
aparecer, pois não são ainda contratos necessariamente fechados que já
entram no número de volume de pedidos em carteira, índice que ainda
apresentou queda de 10,3% em relação a setembro de 2011.
Pastoriza acredita que a entrada se converta em carteira e,
depois, efetivamente em faturamento a partir do primeiro trimestre do
ano que vem. 'A gente tem esperança que no primeiro trimestre esses
números apareçam com mais força'.
Expectativas para 2013
Em relação à estimativa da Abimaq para o ambiente econômico
brasileiro para o ano completo de 2013, Pastoriza disse que a entidade
mantém uma 'postura de otimismo moderado'. Como fatores positivos, ele
citou as medidas de incentivo do governo, como desoneração da folha e
juros reais negativos para financiamento de máquinas, e a proximidade da
Copa do Mundo de 2014, que deve pressionar o andamento dos
investimentos. Do lado negativo, o diretor lembrou a possível demora na
recuperação econômica da Europa e dos Estados Unidos, que ainda pode
afetar o Brasil.
Em setembro, o faturamento da indústria de máquinas, medido pela
Abimaq, recuou fortemente para R$ 6,1 bilhões, em queda de 19,6% em
relação a igual mês de 2011. O resultado prejudicou a série acumulada em
1012, que mantinha alta desde o início do ano e, agora, mostrou
variação negativa. De janeiro a setembro, a indústria de bens de capital
faturou R$ 59,9 bilhões, em um recuo de 2,2% na comparação com os nove
primeiros meses de 2011. Na mesma base de comparação, a produção física
do setor caiu 4,6%.
A Abimaq disse continuar lutando por mudanças estruturais no
país, que reflitam em uma diminuição do custo Brasil e aumento do nível
de investimento. Além disso, a associação afirma que segue conversando
com o governo para manter incentivos pontuais, como proteções tarifárias
contra importações 'fraudulentas' e a prorrogação da taxa de 2,5% para
financiamento de máquinas pelo BNDES. Segundo Pastoriza, a sinalização
do governo vem sendo positiva e ele acredita que essa condição deve ser
prorrogada para além de dezembro. 'O mar não está muito para peixe, para
se ficar cortando incentivo a investimentos'.
Fonte: Valor
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