segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Inflação brasileira tem a maior queda em três anos

Índice teve a maior queda dos últimos três anos.

Depois de pressionar o bolso dos brasileiros por um bom tempo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerado a inflação oficial do país, teve a maior queda dos últimos três anos. No país, a variação foi de 0,03% em julho, ficando bem abaixo do 0,26% registrado em junho. Na Grande BH, a variação foi de 0,05% ante 0,20% do mês anterior.
Com a desaceleração no mês passado, os resultados no acumulado dos últimos 12 meses ficaram abaixo do teto da meta estipulada pelo governo (6,5%), fechando em 6,27% na média nacional e em 6,29% na Grande BH, ante 6,70% e 6,65%, respectivamente. O índice no país foi o mais baixo desde julho de 2010 (0,01%). Em BH, desde agosto de 2010 (0,04%).
inflação
A justificativa, segundo especialistas, é a desaceleração de grupos importantes como alimentação e bebidas e transportes, que pesam mais de 40% na composição do índice. Tanto no Brasil quanto na Grande BH, o grupo de alimentação apresentou deflação de -0,33% e -0,45%, respectivamente. No transporte, as quedas, resultado das manifestações pelo país, foram de 0,66% e 0,61%. No grupo alimentação e bebidas apurado para BH, enquanto a alimentação fora do domicílio aumentou 0,36%, a alimentação no domicílio apresentou queda de 0,81%.
Já os grupos despesas pessoais e comunicação puxaram o índice para cima na capital mineira. O primeiro registrou aceleração, ao passar de 0,29% para 0,96%, com destaque para a alta de 2,54% nos serviços de cabeleireiros. O segundo avançou de 0,59% para 0,90%, puxado pela alta nos preços de serviços de telefonia celular (2,50%) e nos aparelhos telefônicos (1,17%).
Embora o cenário seja de estabilidade na inflação, nas ruas a percepção é de que os preços continuam pressionando a renda. A diarista Vanir Rodrigues Teixeira não observou diferença na conta do sacolão. “Não senti queda nos alimentos, cada vez pago mais”, afirmou. “Se for comparar com meses em que os alimentos estavam mais caros com o atual, não tem diferença. Um (alimento) fica mais barato, mas o outro fica mais caro”, completa.
A médica Adriane Karez, que frequenta um salão de beleza pelo menos uma vez por semana, conta que sentiu a alta nos serviços de beleza. Em maio, a escova subiu de R$ 30 para R$ 35, e o corte de R$ 40 para R$ 50. “Ao longo dos últimos meses, todo brasileiro sentiu o impacto da inflação em itens essenciais como supermercado, sacolão. Com essa alta generalizada, o aumento também chegou aos itens de segunda necessidade”, avalia.
Otimismo ponderado
O clima de otimismo que levou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a afirmar ontem que a inflação “sempre esteve sob controle” não encontrou respaldo do Banco Central, para quem o comportamento dos preços ainda enseja cautela. Na visão do diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Vasconcelos, o governo não deve descuidar um segundo sequer do rigor com a escalada da carestia. Mais: mesmo que o IPCA tenha aumentado apenas 0,03% em julho, o que representa praticamente estabilidade, quando se observa o acumulado dos últimos 12 meses, esse variação já chega a 6,27%. Portanto, em vez de otimismo com o dado do mês, o país deveria buscar perseguir uma inflação bem menor, de 3%, “no médio e longo prazos”. As declarações de Hamilton foram repassadas à reportagem por deputados da Comissão de Finanças e Tributação na Câmara, com quem o diretor esteve reunido na manhã de ontem.


Fonte: Estado de Minas

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