segunda-feira, 1 de agosto de 2011

BRASIL VIROU O QUINTO MAIOR DESTINO DE INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS

Os fluxos globais de investimento estrangeiro direto (produtivo) voltaram a crescer no ano passado

Os fluxos globais de investimento estrangeiro direto (produtivo) voltaram a crescer no ano passado pela primeira vez desde a crise econômica de 2008, com a injeção global de US$ 1,24 trilhão em investimentos, um crescimento de 5% em relação a 2009, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento e Comércio (Unctad, na sigla em inglês). O Brasil foi um dos mais beneficiados com a retomada desses aportes, com a entrada de US$ 48 bilhões, uma alta de 86,7% em relação ao ano anterior, o maior crescimento entre as economias desenvolvidas e os Bric. Com isso, o Brasil passou da 15ª posição para o quinto lugar entre os maiores recebedores de investimento estrangeiro no mundo, atrás de Estados Unidos, China, Hong Kong e Bélgica.

A entidade ressalta, porém, que essa retomada ainda é tímida e que fatores como o agravamento da crise fiscal nos países desenvolvidos e o risco de superaquecimento nos países em desenvolvimento podem retardar uma recuperação mais efetiva. Para este ano, a previsão inicial da Unctad é de um fluxo entre US$ 1,4 bilhão e US$ 1,6 bilhão, valor que se aproximaria do US$ 1,97 trilhão de 2007 e US$ 1,7 trilhão de 2008.

"A mensagem do relatório é que o investimento global é muito insosso, baseado em poucos setores e ligado a lucros reinvestidos pelas subsidiárias das multinacionais, que não é capital novo. E baseado em alguns países, como o Brasil. Os investidores estão olhando novos mercados que eles perderam durante a crise", disse Luís Afonso Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), que divulga os dados da Unctad no Brasil.

Diferentemente do que aconteceu no resto no mundo, no Brasil os setores de extrativismo mineral e de serviços foram as principais fontes de atração do investimento estrangeiro no ano passado, enquanto os aportes na indústria perderam a força. "O crescimento do mercado de consumo do país, que deve adicionar 50 milhões de pessoas à classe C no período entre 2003 e 2014, foi um dos principais atrativos do investimento no Brasil, além das entradas de capital na exploração de petróleo - afirmou Lima", No caso da indústria, esses números refletem uma perda de competitividade.

Pelos dados divulgados pela Unctad, a participação brasileira entre os fluxos globais de investimento passou para 3,9% em 2010, contra 2,2% no ano anterior. Esse percentual tende a crescer ainda mais neste ano, segundo a Sobeet. A projeção da entidade é que a entrada de capital estrangeiro some US$ 65 bilhões em 2011 e chegue a 4,3% dos fluxos mundiais de investimento, quase o dobro da fatia de 2009.

Fonte: O Globo Online

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