quinta-feira, 13 de outubro de 2011

LOCAÇÃO DE MÁQUINAS REGISTRA QUEDA DE PREÇOS

Houve uma redução dos preços em torno de 15%


Os preços praticados pelas locadoras de equipamentos para construção, como empilhadeiras, andaimes e escavadeiras, registraram queda neste ano no Brasil.

"Houve uma redução dos preços em torno de 15% em valor real no mercado em geral", diz Eurimilson Daniel, da Sobratema (associação de tecnologia para equipamentos) e presidente da empresa de locação Escad.

À elevação no custo de crédito e manutenção das máquinas soma-se a entrada de asiáticos, que aumentou a oferta no país.

Além disso, o setor investiu muito na compra de máquinas nos últimos anos, de acordo com o presidente da Alec (Associação dos Locadores de Equipamentos para a Construção Civil), Durval Gasparetti.

Entre 2008 e 2010, o número de locadoras cresceu 30% no país. Hoje são cerca de 2.400. Além disso, as empresas que já existiam dobraram seus quadros de funcionários, afirma Gasparetti.

O setor de construção, porém, diminuiu o ritmo de expansão. Em 2010, o PIB do segmento cresceu 12%. Para este ano, a previsão é de 5%.

"Como resultado dos investimentos, atualmente temos máquinas ociosas. Quem tem uma posição favorável, pode fazer promoção e depois se recuperar", diz.

Gasparetti afirma que não tem como quantificar a queda de demanda, mas afirma que foi um declínio lento, que se iniciou em fevereiro e que foi até junho.

"Agora está estabilizado."

Pressão na margem

A Eleva Brasil, locadora de equipamentos motorizados para construção civil, registrou queda de 15% a 20% nos preços que cobra de seus clientes.

"No terceiro trimestre, deu uma desacelerada. O mercado financeiro já prevê menores lucros para as construtoras, que são um dos setores que mais sofrem no mercado acionário em 2011", afirma Guilherme Bueno, sócio da Eleva, empresa do grupo Emit Brasil.

O empresário cita empilhadeiras e manipuladores telescópicos entre as máquinas que perderam preço.

As margens das vendas também foram pressionadas pela entrada de produtos de empresas chinesas e indianas, que passaram a vender diretamente para construtoras, o que atrapalha o mercado de locação.

A pressão foi sentida pela Emit Equipamentos, que importa e vende escoramentos metálicos e acessórios para andaimes.

"Com a subida do dólar, é provável que os preços se reajustem para cima, mas não por um aumento de margem, é meramente câmbio", afirma Murilo Santos, sócio da Emit.

Orçamentos em xeque

A implementação de projetos costuma estourar em 66% o valor previsto no orçamento, na média mundial, segundo estudo da consultoria americana A.T. Kearney.

Entre as empresas de telecomunicação, os gastos chegam a ser o dobro do estimado inicialmente.

"É um setor que utiliza muito os novos recursos tecnológicos", afirma Dario Gaspar, sócio da consultoria que atua em mais de 30 países.

O valor dos orçamentos de obras de infraestrutura, por sua vez, é superado em 67%.

Na América do Sul, o montante desembolsado para viabilização de projetos é 67% superior ao orçado. Nos países da América do Norte, esse número é de 33%.

Fonte: Folha de S.Paulo

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