segunda-feira, 18 de julho de 2011

CONFLITO DE GERAÇÕES

A passagem do poder aos herdeiros e a contratação de executivos estão entre as maiores dificuldades do negócio

Estudo com 125 empresas do país mostra que a passagem do poder aos herdeiros e a contratação de executivos estão entre as maiores dificuldades do negócio

O principal desafio enfrentado pelas empresas familiares é encontrar o momento certo para abrir mão do controle do negócio e entregá-lo à geração seguinte. Essa foi uma das conclusões da pesquisa realizada pelo consultor americano John L. Ward, durante o evento Special Management Program HSM — Family Business, realizado no mês passado em São Paulo. Aproveitando a presença de 125 sócios de empresas familiares, Ward realizou um estudo sobre o funcionamento desse tipo de negócio no Brasil — que a revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios publica com exclusividade.

Segundo a pesquisa, as transições dentro dos negócios familiares costumam ser demoradas. Os empresários que estão no comando cobram maturidade e experiência da geração seguinte: 40% deles só convidam os membros mais jovens para o conselho de diretores depois dos 35 anos; mais de 60% exigem dos descendentes experiência externa superior a um ano, antes que comecem a participar do negócio; e 25% só permitem a posse de ações depois da morte dos pais.

“Esses empresários estão certos”, disse Ward, em entrevista à revista. “A maioria dos especialistas acredita que a nova geração jamais deve ocupar o comando sem antes ter experimentado uma vivência substancial no mundo empresarial.” A capacitação dos herdeiros é um ponto crucial para o sucesso de um empreendimento familiar, na opinião de Ênio Pinto, do Sebrae Nacional. “Sem isso, muitos negócios acabam escorregando no amadorismo ou são vítimas de decisões falhas sobre os rumos da empresa”, afirma.

Outra questão fundamental da pesquisa é a que diz respeito aos diretores independentes. Mais de 40% dos empresários relataram que não tinham nenhum diretor que não fizesse parte da família. Ward não se diz surpreso com o número: segundo ele, a porcentagem pode chegar a 70% em alguns países. “Há uma grande cautela em chamar pessoas de fora. É uma pena, porque esses empreendedores ainda não descobriram a importância de contar com um conselho forte, formado por diretores independentes”, diz. Confira a seguir outras conclusões do estudo conduzido pelo consultor no Brasil.

Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios

Por Rafael Farias Teixeira

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